quarta-feira, janeiro 10, 2007

Quem quer doar medula óssea??

A propósito da notícia de hoje no Telejornal da RTP1, onde se dizia que o número de dadores de medula óssea aumentou exponencialmente nos últimos 3 anos (sendo hoje cerca de 64.000), deixo aqui o meu testemunho de quando me inscrevi, acerca de 2 anos atrás. Foi um email que mandei a todos os meus amigos/conhecidos. Espero que sirva para incentivar mais alguém...

"Olá a todos.
Hoje de tarde, fui-me inscrever como dador de medula óssea. Tinha medo - apesar de ser estudante de Medicina, tenho ódio às agulhas.. uma fobia ainda não resolvida, que estou a tentar ultrapassar.
Há uns tempos atrás, lembro-me de ver um programa na televisão, acerca das muitas doenças em que a única cura é o transplante de medula.
Pensei: "também eu posso ser dador!".. mas tal não aconteceu. Por preguiça, por falta de informação, por algum receio também.
Por isso escrevo este email, para informar todos os interessados, como é fácil, indolor, e como pode eventualmente salvar uma vida.
Tudo o que é preciso fazer, é dirigir-se ao centro de histocompatibilidade (no meu caso do Norte) - que é dentro do recinto do Hospital S. João. A forma mais fácil de lá chegar, para quem conhece, é pela porta ao lado da entrada da FEUP (do outro lado da rua, claro), e perguntar ao segurança da entrada - não há que enganar.
Uma vez lá, é tão simples como escrever um pequeno questionário com dados pessoais, história de doenças prévias, e pouco mais. Para ser dador é necessário ter peso superior a 50 Kg, e idade compreendida entre os 18 e 48 anos.
A seguir, é feita uma colheita de sangue de 2 frasquinhos de 9 mL (o que demora 30 segundos).. e pronto. Já está.
Esse sangue vai servir para fazer uma tipagem do HLA do dador (é um grupo de antigénios muito específico que temos nas células do sangue, e que são responsáveis pela rejeição dos transplantes).
Depois, esses dados são adicionados a uma grande base internacional, com informação de todos os dadores mundiais. Até aqui não acontece mais nada.
Se eventualmente for detectado algum potencial receptor (em qualquer parte do mundo), somos contactados para uma nova colheita de sangue, para fazer testes mais profundos à compatibilidade, e caso esta seja comprovada e aceitarmos ser dadores, o processo de colheita de medula é muito simples (funciona mais ou menos como a hemodiálise): ficamos ligados a uma máquina durante algum tempo, que faz uma espécie de filtragem, onde retira do nosso sangue as células que serão depois transplantadas. É um processo inócuo, sem necessidade de anestesia. Podemos ficar a ver televisão, ou à conversa com as simpáticas enfermeiras ;)
Importa também referir que, se a dada altura do processo não se estiver 100% seguro, pode-se sempre desistir sem que haja algum tipo de recriminação ou falta de compreensão. A decisão cabe única e exclusivamente ao dador.
Pode aparecer um receptor amanhã, daqui a um mês, um ano, ou até nunca aparecer. Mas é uma forma muito simples de se poder salvar alguém. Passei este ano pelo serviço de Hematologia durante o meu curso, e acreditem que as doenças hematológicas (como as leucemias e linfomas) são doenças muito agressivas com tratamentos dolorosos... algo que o transplante de medula não é.
Espero ter sido claro, e peço desculpa pela extensão.
Um abraço amigo
29/11/2004"

Mais informações:

Portal da Saúde

Centro de Histocompatibilidade do Norte
Rua Dr. Roberto Frias, Pavilhão "Maria Fernanda"
4200-467 Porto
Tel: (+351) 225 573 470
Fax: (+351) 225 501 101
E-mail: administ@chn.pt

Centro de Histocompatibilidade do Sul

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