quarta-feira, dezembro 20, 2006
segunda-feira, dezembro 18, 2006
18 Dezembro
de manhã no serviço, a ver doentes e passar altas. Já estou numa fase em que me é dada alguma autonomia. Normalmente de manhã vejo os doentes acompanhado pela minha tutora, analisamos o historial e a evolução dos doentes, e se for o caso, passo as altas (que é uma burocracia em que se perde bastante tempo, uma vez que tem de se escrever toda a história e evolução do doente no sistema informático, que infelizmente trabalha a carvão...)
de tarde, na consulta de cardiologia, a ver "bons" corações... gostei imenso!
de tarde, na consulta de cardiologia, a ver "bons" corações... gostei imenso!
sexta-feira, dezembro 15, 2006
dias em Dezembro
dia 14/12 - ajudei a fazer uma toracocentese (procedimento em que é inserida uma agulha de grande calibre no tórax, para extracção de líquido, pús, sangue ou ar)
dia 15/12 - fiz a minha primeira gasimetria arterial, seguida da segunda e da terceira!
dia 15/12 - fiz a minha primeira gasimetria arterial, seguida da segunda e da terceira!
quinta-feira, novembro 30, 2006
Semana 27-30
A semana foi uma correria: hospital todos os dias de manhã, com consulta na 2ª à tarde e casos clínicos nas tardes restantes.
Pelo meio, fui fazendo a história clínica do meu doente, um senhor com síncope de causa não esclarecida.
O pior é tempo para estudar… resta pouco.
quinta-feira, novembro 23, 2006
23 Novembro
Dia de urgência. Foi o dia todo – das 8h às 18h.. Foi bom ajudar e aprender o possível, mas fiquei a pensar - e tempo para estudar?
terça-feira, novembro 21, 2006
21 de Novembro
Hoje foi o primeiro dia oficial de trabalho. Passei a manhã com a minha tutora no Serviço de Medicina, a aprender processos, mexer no sistema informático, enquanto passavamos visita pelos doentes. Foi uma manhã atarefada que passou a correr...
Olá Matosas
Hoje foi a apresentação do estágio de Medicina Interna, que vai durar 10 semanas. Escolhi ficar no Hospital Pedro Hispano, não só por ser mais perto de casa (poupando tempo e euros na viagem), mas também para, mais uma vez, conhecer outra realidade. Além disso, interessa-me o facto de ser um hospital mais recente – logo, melhores condições.
O Serviço de Medicina tem 120 camas, distribuídas por quatro alas. Pareceu-me estar muito bem organizado e haver bom ambiente para trabalhar.
Acho que este vai ser a verdadeira aproximação à Medicina – a cadeira do 6º ano...
A tarde foi de estudo, que se tem revelado mais tentativa que execução propriamente dita. É difícil manter um nível de concentração elevado, sabendo que o exame está tão longe (e no entanto, tão perto)...
segunda-feira, novembro 20, 2006
20 de Novembro
Hoje foi a apresentação do estágio de Medicina Interna, que vai durar 10 semanas. Escolhi ficar no Hospital Pedro Hispano, não só por ser mais perto de casa (poupando tempo e euros na viagem), mas também para, mais uma vez, conhecer outra realidade. Além disso, interessa-me o facto de ser um hospital mais recente – logo, melhores condições.
O Serviço de Medicina tem 120 camas, distribuídas por quatro alas. Pareceu-me estar muito bem organizado e haver bom ambiente para trabalhar.
Acho que este vai ser a verdadeira aproximação à Medicina – a cadeira do 6º ano...
A tarde foi de estudo, que se tem revelado mais tentativa que execução propriamente dita. É difícil manter um nível de concentração elevado, sabendo que o exame está tão longe (e no entanto, tão perto)...
quarta-feira, novembro 15, 2006
4ª no bloco...
Quando cheguei ao serviço, fui avisado que estava a decorrer uma apendicectomia (tirar o apêndice) no bloco de urgência… Corri para lá, vesti a roupa cirúrgica e os sapatinhos a correr, e ainda pude acompanhar grande parte da operação. O apêndice era muito maior do que o que eu esperava… sim, porque apesar de ter estudado a anatomia e até já ter estudado o procedimento cirúrgico, nunca tinha visto nenhum! É claro que as variações são imensas, mas este era mesmo grande!
Depois voltei para o bloco de pediatria, onde vi uma circuncisão e uma orquidopexia.
Foi uma boa manhã.
terça-feira, novembro 14, 2006
3ª na consulta...
De manhã na consulta de Cirurgia Pediátrica. Foi muio bom ver a parte “médica” desta especialidade, avaliar exames complementares de dx, ver toda a semiologia de algumas cirurgias que vi na semana passada.
Uma das coisas que me marcou, foi um miúdo de 3 anos que foi submetido a uma fundoplicatura, devido a refluxo gastro-esofágico. Hoje vinha tirar os pontos, para ter alta da especialidade. Os pais, durante o processo de tratamento, fizeram com o filho um livrinho sobre a doença e o tratamento, com desenhos feitos por ele das diferentes fases que passou… estava mesmo muito bom e comovente…
Depois da manhã na consulta, procurei informações sobre os estágios da AMI em África… Quem sabe, ir aprender um bocado numa realidade diferente?
segunda-feira, novembro 13, 2006
Mais uma manhã no bloco de cirurgia pediátrica. Estou a gostar bastante desta experiência, apesar das condições do bloco não serem as melhores – só tem uma sala operatória e as salas de apoio são escassas (um vestiário misto, uma mini-kitechenete com 1 mesa e 3 cadeiras, com wc junto!). mas o ambiente geral é bom.
Assisti a uma cirurgia por via uretroscópica num bebé de 4 meses, a uma herniorrafia bilateral e a uma varicocelectomia. Foi uma boa manhã.
Depois disso, a minha turma reuniu-se com outra turma para decidir as colocações para os estágios de Medicina: vou ficar as próximas 10 semanas no Hospital de Pedro Hispano, em Matosinhos. Espero aprender muito…
Assisti a uma cirurgia por via uretroscópica num bebé de 4 meses, a uma herniorrafia bilateral e a uma varicocelectomia. Foi uma boa manhã.
Depois disso, a minha turma reuniu-se com outra turma para decidir as colocações para os estágios de Medicina: vou ficar as próximas 10 semanas no Hospital de Pedro Hispano, em Matosinhos. Espero aprender muito…
quinta-feira, novembro 09, 2006
8 de Novembro
Hoje foi um dia animado. Começou de manhãzinha no Bloco Cirúrgico de Pediatria, com uma remoção de um quisto sebáceo e duas circuncisões. Assim passou uma manhã animada.
Depois de almoçar fui para a primeira sessão do “Curso de Medicina Molecular” no IPATIMUP. Foi uma tarde muito boa, com exposições de grandes investigadores nacionais acerca de cancro, genética e cancro, tratamento do cancro e novas perspectivas; tudo moderado pelo Prof. Dr. Manuel Sobrinho Simões – uma grande personalidade da Medicina e Investigação que se faz em Portugal.
Depois de almoçar fui para a primeira sessão do “Curso de Medicina Molecular” no IPATIMUP. Foi uma tarde muito boa, com exposições de grandes investigadores nacionais acerca de cancro, genética e cancro, tratamento do cancro e novas perspectivas; tudo moderado pelo Prof. Dr. Manuel Sobrinho Simões – uma grande personalidade da Medicina e Investigação que se faz em Portugal.
terça-feira, novembro 07, 2006
7 de Novembro - Olá Harrison
Segundo dia em Pediatria Cirúrgica. Passei a manhã no Bloco, onde vi a colocação de um cateter central, na subclávia, numa criança – para administração continuada de fármacos (faz-se geralmente em crianças com doenças oncológicas que vão iniciar tratamentos de quimioterapia prolongados…)
O segundo doentinho foi uma cirurgia mais complicada, que requereu 3 cirurgiões mais um de apoio. Era uma criança com uma hérnia diafragmática (em que o conteúdo do abdómen passa para o tórax através de uma zona de fragilidade no diafragma). A abordagem foi por toracoscopia (isto é, não se “abriu” o tórax). Foi tecnicamente muito difícil, mas muito bonita. Durou toda a manhã.
A tarde foi marcada pelo início de estudo do nosso Harrison! Comecei a preparação para o fatal exame, que irá ser no último trimestre de 2007…
Decidi começar por Nefrologia, uma área em que tenho algumas dificuldades.
São cerca de 900 páginas que temos que estudar, e constatei que demoro cerca de 20 minutos para ler cada página. Vou precisar de 18000 minutos para ler tudo uma vez!
O segundo doentinho foi uma cirurgia mais complicada, que requereu 3 cirurgiões mais um de apoio. Era uma criança com uma hérnia diafragmática (em que o conteúdo do abdómen passa para o tórax através de uma zona de fragilidade no diafragma). A abordagem foi por toracoscopia (isto é, não se “abriu” o tórax). Foi tecnicamente muito difícil, mas muito bonita. Durou toda a manhã.
A tarde foi marcada pelo início de estudo do nosso Harrison! Comecei a preparação para o fatal exame, que irá ser no último trimestre de 2007…
Decidi começar por Nefrologia, uma área em que tenho algumas dificuldades.
São cerca de 900 páginas que temos que estudar, e constatei que demoro cerca de 20 minutos para ler cada página. Vou precisar de 18000 minutos para ler tudo uma vez!
quinta-feira, outubro 26, 2006
segunda-feira, outubro 23, 2006
Partida - dia 23 de Outubro
Chegados às 20h e cheios de fome, fomos jantar uma bela vitela assada a um restaurante local, que foi bem servida e a um preço à antiga. Seguimos para a nossa residencial, onde fomos muito bem recebidos, num ambiente caseiro mas com todo o conforto alberguista.
No Centro de Saúde apenas demos uma pequena volta de reconhecimento. É engraçado porque parece um hospital em ponto pequeno, mas isto foi só a primeira impressão.
Depois de jantar, recolhemos aos quartos, para continuar alguns trabalhos pendentes da semana passada.
Assim iniciou esta estadia de duas semanas, numa cidade de Trás-os-Montes…
terça-feira, outubro 10, 2006
Parece que não consegui manter uma escrita frequente… Enfim, contento-me com o que houver.
As semanas em Vale do Sousa passaram a correr. Foram semanas de muita aprendizagem em Ginecologia e Obstetrícia, onde fomos muito bem recebidos por todos os profissionais do hospital, acima de tudo pelos Médicos, que nos guiaram, ajudaram e ensinaram. Mesmo com todos os imbróglios e problemas de gestão com que o serviço se tem deparado e com o crescente volume de trabalho, desde o fecho do bloco de partos em Santo Tirso.
Nestas semanas comecei a preparar aquilo que vai ser o material de estudo para este ano. Sabe-se que o exame de acesso à especialidade vai ser no último trimestre de 2007, por isso já não é cedo para começar a organizar material. São cerca de 1000 as páginas do Harrison Principles of Internal Medicine (pode-se comprar aqui ou aqui:) Vai ser dureza…
Entretanto, nos dias 21-23 de Setembro, tivemos cá no Porto o Yesmeeting, um encontro de jovens investigadores organizado pela Fmup. Foi muito bom, pois promoveu o contacto entre estudantes de Medicina de todo o mundo, bem como conferências com profissionais conceituados em diversas áreas. Entre eles, de realçar a vídeo-conferência com Sir Tim Hunt. Fica aqui a minha homenagem ao comité de organização que muito trabalhou. Penso que falo por todos, quando digo que conseguiu :)
A nova etapa iniciou hoje. É a cadeira de Medicina Comunitária, composta por duas semanas no centro de saúde S. João, no Porto, e duas semanas num centro de saúde rural – Alfândega da Fé foi o que escolhi. De entre os objectivos realça-se o contacto com a realidade dos cuidados de saúde primários e a interacção com o doente numa perspectiva sócio-cultural mais próxima e fora do ambiente hospitalar. Vai ser bom para consolidar alguns (poucos) conhecimentos e aprender novos…
As semanas em Vale do Sousa passaram a correr. Foram semanas de muita aprendizagem em Ginecologia e Obstetrícia, onde fomos muito bem recebidos por todos os profissionais do hospital, acima de tudo pelos Médicos, que nos guiaram, ajudaram e ensinaram. Mesmo com todos os imbróglios e problemas de gestão com que o serviço se tem deparado e com o crescente volume de trabalho, desde o fecho do bloco de partos em Santo Tirso.
Nestas semanas comecei a preparar aquilo que vai ser o material de estudo para este ano. Sabe-se que o exame de acesso à especialidade vai ser no último trimestre de 2007, por isso já não é cedo para começar a organizar material. São cerca de 1000 as páginas do Harrison Principles of Internal Medicine (pode-se comprar aqui ou aqui:) Vai ser dureza…
Entretanto, nos dias 21-23 de Setembro, tivemos cá no Porto o Yesmeeting, um encontro de jovens investigadores organizado pela Fmup. Foi muito bom, pois promoveu o contacto entre estudantes de Medicina de todo o mundo, bem como conferências com profissionais conceituados em diversas áreas. Entre eles, de realçar a vídeo-conferência com Sir Tim Hunt. Fica aqui a minha homenagem ao comité de organização que muito trabalhou. Penso que falo por todos, quando digo que conseguiu :)
A nova etapa iniciou hoje. É a cadeira de Medicina Comunitária, composta por duas semanas no centro de saúde S. João, no Porto, e duas semanas num centro de saúde rural – Alfândega da Fé foi o que escolhi. De entre os objectivos realça-se o contacto com a realidade dos cuidados de saúde primários e a interacção com o doente numa perspectiva sócio-cultural mais próxima e fora do ambiente hospitalar. Vai ser bom para consolidar alguns (poucos) conhecimentos e aprender novos…
quarta-feira, setembro 13, 2006
Dia 1 :)
Hoje já foi o começo a sério. Após uma apresentação do serviço e dos espaços inerentes a Ginecologia e Obstetrícia (G&O), fomos distribuídos por vários Médicos, que irão ser os nossos tutores nas próximas quatro semanas.
O Hospital do Padre Américo, no Vale do Sousa, parece-me um bom hospital, com excelentes instalações e com profissionais competentes. Foi a primeira impressão, mas daqui a um mês estarei mais apto a dar uma opinião mais elaborada.
Pude assistir a uma cesariana emergente, devido a indicação de sofrimento fetal na cardiotocografia. A cesariana foi rápida, mas correu bem – afinal o bebé estava bem, mas preferiu-se agir dessa forma, para prevenir eventuais sequelas.
Depois assisti a uma consulta na urgência, mas como a doente se sentiu inibida pela minha presença e do médico, declinou o exame físico, pelo que os cuidados médicos prestados não foram os melhores. Por outro lado não foi grave, uma vez que a paciente só se queixava de cefaleias. Tive pena que a doente não quisesse ser examinada, por mim que é menos uma oportunidade de aprofundar os meus conhecimentos e aproveitar estas 4 semanas corredias, e por ela, que não teve o atendimento que lhe era facultado. Talvez por isso o facto de haverem cada vez mais colegas mulheres em G&O, seja bom…
Assim passou a manhã a correr…
Extra-curricular, decidi experimentar o yoga. Tenho esperança que me ajude a concentrar-me mais, para conseguir estudar as 900 e tal páginas que me esperam, para o grande exame de especialidade, no fim do próximo ano…
O Hospital do Padre Américo, no Vale do Sousa, parece-me um bom hospital, com excelentes instalações e com profissionais competentes. Foi a primeira impressão, mas daqui a um mês estarei mais apto a dar uma opinião mais elaborada.
Pude assistir a uma cesariana emergente, devido a indicação de sofrimento fetal na cardiotocografia. A cesariana foi rápida, mas correu bem – afinal o bebé estava bem, mas preferiu-se agir dessa forma, para prevenir eventuais sequelas.
Depois assisti a uma consulta na urgência, mas como a doente se sentiu inibida pela minha presença e do médico, declinou o exame físico, pelo que os cuidados médicos prestados não foram os melhores. Por outro lado não foi grave, uma vez que a paciente só se queixava de cefaleias. Tive pena que a doente não quisesse ser examinada, por mim que é menos uma oportunidade de aprofundar os meus conhecimentos e aproveitar estas 4 semanas corredias, e por ela, que não teve o atendimento que lhe era facultado. Talvez por isso o facto de haverem cada vez mais colegas mulheres em G&O, seja bom…
Assim passou a manhã a correr…
Extra-curricular, decidi experimentar o yoga. Tenho esperança que me ajude a concentrar-me mais, para conseguir estudar as 900 e tal páginas que me esperam, para o grande exame de especialidade, no fim do próximo ano…
terça-feira, setembro 12, 2006
O princípio do fim...
Começou hoje o 6º ano…
Como tinha previsto, no ano passado o ritmo foi aquecendo cada vez mais, e deixei de escrever aqui os meus devaneios… Tenho pena, porque gostava de partilhar comigo mesmo e com os outros aquilo que se ia passando. Mas às vezes a preguiça é fatal.
Espero neste último ano lectivo ter mais alguma vontade, e escrever com mais regularidade…
Começo o ano com Ginecologia e Obstetrícia, no Hospital Padre Américo, no Vale do Sousa. Calhei neste hospital por sorteio. Como a nossa FMUP não tem capacidade para os alunos lá inscritos, algumas cadeiras do 6º ano têm protocolos estabelecidos com outros hospitais, de forma a que o ratio docente/discente seja o maior possível. Nesta cadeira concreta, é um professor para cada aluno, o que vai ser uma experiência nova!
Estou com as expectativas em alta para este novo ano que começa. Por ser diferente, por ser o último, por ser a preparação para o grande exame, por ser a despedida da faculdade. Vai ser um ano quentinho e rapidinho…
Que assim seja…
Como tinha previsto, no ano passado o ritmo foi aquecendo cada vez mais, e deixei de escrever aqui os meus devaneios… Tenho pena, porque gostava de partilhar comigo mesmo e com os outros aquilo que se ia passando. Mas às vezes a preguiça é fatal.
Espero neste último ano lectivo ter mais alguma vontade, e escrever com mais regularidade…
Começo o ano com Ginecologia e Obstetrícia, no Hospital Padre Américo, no Vale do Sousa. Calhei neste hospital por sorteio. Como a nossa FMUP não tem capacidade para os alunos lá inscritos, algumas cadeiras do 6º ano têm protocolos estabelecidos com outros hospitais, de forma a que o ratio docente/discente seja o maior possível. Nesta cadeira concreta, é um professor para cada aluno, o que vai ser uma experiência nova!
Estou com as expectativas em alta para este novo ano que começa. Por ser diferente, por ser o último, por ser a preparação para o grande exame, por ser a despedida da faculdade. Vai ser um ano quentinho e rapidinho…
Que assim seja…
terça-feira, março 07, 2006
Tudo sobre a gripe das aves
Finalmente o site português sobre a gripe das aves, elaborado pela Direcção Geral de Saúde. Pode-se aceder em www.dgs.pt clicando no link “microsite da gripe”.
Infecciosas 2
Festas aparte, as aulas têm andado tranquilas. Passa-se algum tempo em contacto com alguns doentes especiais. No serviço de doenças infecto-contagiosas é onde costumam ser internados os doentes seropositivos para o HIV, bem como doentes toxicodependentes que têm infecções recorrentes, uma das mais frequentes é a tuberculose. Como tal, não é raro ver doentes amarrados compulsivamente à cama, doentes de máscara para não se contagiarem uns aos outros, profissionais de saúde de máscara. Enfim, tem sido um convívio diferente daquele que estou habituado. Tento aprender a lidar com todo o tipo de pessoas, umas que sinto mais empatia e outras menos, mas sem esquecer que todos têm o mesmo denominador comum – são DOENTES a precisar de algum tipo de cuidado.
Por vezes eu próprio sinto medo: vejo os micróbios a saltar de umas camas para as outras, outros a voar.. “será que esta pequena máscara chega?”
Tem chegado, por enquanto…
Por vezes eu próprio sinto medo: vejo os micróbios a saltar de umas camas para as outras, outros a voar.. “será que esta pequena máscara chega?”
Tem chegado, por enquanto…
Censura na FMUP?!
Antes que me esqueça: a censura chegou à FMUP!! A polémica toda começou na semana passada, quando a comissão de curso do 5º ano decidiu fazer uma festa – a “festa do decote”. A ideia é simples: rapazes de camisa, raparigas de top. Pelo que me pareceu, a ideia até era gira, para não ser mais uma das básicas “festas de medicina” (sim, porque a vida de estudante não é SÓ estudar (...) Fizeram uns cartazes giros, e o cerne da polémica foram estes dois bonequinhos: o rapaz, em vez de ser liso, tem uma pilinha. Ui – pessoas ofendidas, conteúdo agressivo – “é melhor mudar os cartazes”. E assim foi.
Primeiro os cartoons dinamarqueses, agora isto??
quarta-feira, março 01, 2006
Infecciosas
Hoje NÃO foi dia de ponte… começou um novo bloco, desta feita infecciosas. Vão ser 15 dias em contacto com aquelas doenças de que toda a gente tem medo. Respeito-as, por isso espero que também me respeitem a mim!
Mais uma vez no curso tivemos uma aula sobre Herpes… nada de novo.
Começa a contagem decrescente para o exame, no dia 30 de Março.
Mais uma vez no curso tivemos uma aula sobre Herpes… nada de novo.
Começa a contagem decrescente para o exame, no dia 30 de Março.
quinta-feira, fevereiro 16, 2006
Nefro 2, Gastro 1
Hoje já é 4ª feira, vamos no 3º dia de Gastrenterologia – a 2ª parte da cadeira de Medicina do 5º ano. Seguem-se Doenças Infecciosas e Reumatologia.
Aqui anda tudo a abrir: enquanto o diabo faz um xixizinho, dão-se duas semanas de rins. Num instante começou Gastro e já vamos quase a meio.
A cadeira até está a correr bem: temos falado de alguma patologia gastro-intestinal (nada de novo) e já vi umas endoscopias – o que foi interessante. Os doentes não se queixam tanto como eu pensava, e os profissionais de saúde (médico+enfermeira) não são tão frios como eu esperava. Foi interessante. “é só mais um bocadinho – entrou e vai já sair. Eu sei que dói, mas é para seu bem” ao que o doente respondia “hgrumfpr”
Tenho professores que até publicam no New England Journal of Medicine (uma das revistas cientificas mais conceituadas em medicina). Podem ver o abstract do artigo aqui. Compara um medicamento (budenosido) com outro (mesalamina) no tratamento da doença de Crohn (algumas informações básicas aqui e aqui). Isto é que eu chamo ensino interactivo!! “ora bem, temos aqui um estudo no qual o Serviço participou, que foi publicado no New England!!”
Finalmente algumas peças de Terapêutica do 4º ano começam-se a encaixar =)
Entretanto, descobri também o site da Sociedade Portuguesa de Gastrenterologia, que tem uns desdobráveis muito interessantes para os doentes. Explicam de forma (relativamente) simples algumas doenças que já todos ouviram falar, como Doença de Refluxo Gastroesofágico. Intolerância ao Leite. Consumo excessivo de Álcool. Hepatite C. Sindroma do Intestino Irritável. Hemocromatose Helicobacter Pylori. Obstipação. Cancro do Cólon e Recto. Hepatite B. Colite Ulcerosa. Doença de Crohn.
Hoje deu-me para pôr muitos links.. há dias assim.
Aqui anda tudo a abrir: enquanto o diabo faz um xixizinho, dão-se duas semanas de rins. Num instante começou Gastro e já vamos quase a meio.
A cadeira até está a correr bem: temos falado de alguma patologia gastro-intestinal (nada de novo) e já vi umas endoscopias – o que foi interessante. Os doentes não se queixam tanto como eu pensava, e os profissionais de saúde (médico+enfermeira) não são tão frios como eu esperava. Foi interessante. “é só mais um bocadinho – entrou e vai já sair. Eu sei que dói, mas é para seu bem” ao que o doente respondia “hgrumfpr”
Tenho professores que até publicam no New England Journal of Medicine (uma das revistas cientificas mais conceituadas em medicina). Podem ver o abstract do artigo aqui. Compara um medicamento (budenosido) com outro (mesalamina) no tratamento da doença de Crohn (algumas informações básicas aqui e aqui). Isto é que eu chamo ensino interactivo!! “ora bem, temos aqui um estudo no qual o Serviço participou, que foi publicado no New England!!”
Finalmente algumas peças de Terapêutica do 4º ano começam-se a encaixar =)
Entretanto, descobri também o site da Sociedade Portuguesa de Gastrenterologia, que tem uns desdobráveis muito interessantes para os doentes. Explicam de forma (relativamente) simples algumas doenças que já todos ouviram falar, como Doença de Refluxo Gastroesofágico. Intolerância ao Leite. Consumo excessivo de Álcool. Hepatite C. Sindroma do Intestino Irritável. Hemocromatose Helicobacter Pylori. Obstipação. Cancro do Cólon e Recto. Hepatite B. Colite Ulcerosa. Doença de Crohn.
Hoje deu-me para pôr muitos links.. há dias assim.
quinta-feira, fevereiro 09, 2006
Uns ficam, outros vão
Hoje de tarde fui para a faculdade, ajudar uma querida amiga minha a fazer sua a caricatura de curso. Antes de mais, louvo o trabalho do caricaturista (o Sr. Artur) que faz maravilhas com o lápis (!)
“diz qualquer coisa sobre mim!!” “tantas coisas vivemos juntos, tantos momentos divertidos e angústias pré-exames, como resumir isso numa folhinha??”
Foi assustador aperceber-me assim que as pessoas com quem entrei para a faculdade, no longinquamente próximo ano de 2000, se preparam para acabar o curso. Como perdi um ano, ainda não estou a dar esse passo, mas não deixei de ficar nostálgico a pensar em quando entrei para a faculdade. Era mesmo um puto cheio de seguranças e certezas. Hoje continuo um puto, com algumas certezas e muitas inseguranças. Apercebo-me que sei pouco e tenho que praticar muito se quero ser bom médico (e não é nada fácil).
Vejo-os a prepararem-se para sair: uns felizes, outros deprimidos. Uns já andam obcecados com o estudo para o exame da especialidade (em Dezembro), outros ainda aproveitam para queimar os últimos cartuchos de liberdade. Como me irei sentir daqui a um ano?
“diz qualquer coisa sobre mim!!” “tantas coisas vivemos juntos, tantos momentos divertidos e angústias pré-exames, como resumir isso numa folhinha??”
Foi assustador aperceber-me assim que as pessoas com quem entrei para a faculdade, no longinquamente próximo ano de 2000, se preparam para acabar o curso. Como perdi um ano, ainda não estou a dar esse passo, mas não deixei de ficar nostálgico a pensar em quando entrei para a faculdade. Era mesmo um puto cheio de seguranças e certezas. Hoje continuo um puto, com algumas certezas e muitas inseguranças. Apercebo-me que sei pouco e tenho que praticar muito se quero ser bom médico (e não é nada fácil).
Vejo-os a prepararem-se para sair: uns felizes, outros deprimidos. Uns já andam obcecados com o estudo para o exame da especialidade (em Dezembro), outros ainda aproveitam para queimar os últimos cartuchos de liberdade. Como me irei sentir daqui a um ano?
terça-feira, fevereiro 07, 2006
Sem prof não há aulas!
Sem prof não há aulas!
Há dias que pensamos que vão ser cheios, mas acabam por sair furados: hoje de 4 horas de aulas, tivemos uma!
Por um lado foi bom, porque finalmente consegui colher a história da minha doente.. Não foi fácil, porque nem sempre os doentes são tão colaborantes e esquemáticos como aparece nos livros, mas lá consegui arrancar um detalhe ou outro mais importante. Valeu-me o processo clínico para me organizar as ideias…
Agora segue-se estudo intensivo para tentar perceber o caso…
Os rins são fodidos.
Há dias que pensamos que vão ser cheios, mas acabam por sair furados: hoje de 4 horas de aulas, tivemos uma!
Por um lado foi bom, porque finalmente consegui colher a história da minha doente.. Não foi fácil, porque nem sempre os doentes são tão colaborantes e esquemáticos como aparece nos livros, mas lá consegui arrancar um detalhe ou outro mais importante. Valeu-me o processo clínico para me organizar as ideias…
Agora segue-se estudo intensivo para tentar perceber o caso…
Os rins são fodidos.
terça-feira, janeiro 31, 2006
Tá um frio na FMUP…
Hoje não se aguentava o frio nas aulas de Nefrologia. O Anfiteatro novo A, de novo só tem o nome, porque até o aquecedor é pré-histórico. “não me pagam para dar aulas nestas condições!” “nós não pagamos 900€/ano para ter aulas nestas condições”
Entretanto, o rim é um orgãozinho mesmo lixado. Não é fácil compreender tudo o que ele faz, por isso as aulas de Nefro não têm sido fáceis. E infelizmente vão ser só 2 semanas. Vou ter que pedir ajuda ao tio Harrison (se tiver coragem).
Entretanto, o rim é um orgãozinho mesmo lixado. Não é fácil compreender tudo o que ele faz, por isso as aulas de Nefro não têm sido fáceis. E infelizmente vão ser só 2 semanas. Vou ter que pedir ajuda ao tio Harrison (se tiver coragem).
segunda-feira, janeiro 30, 2006
Exame de Oftalmologia
Foi dia de exame. Difícil, muito estudo.
Fiquei triste porque o exame não focava o que foi dado nas aulas. Consegui fazê-lo, mas acho que certas perguntas foram mesmo despropositadas. Andamos duas semanas a aprender as oftalmopatias mais importantes e mais frequentes, para depois nos serem feitas perguntas mesquinhas e sem interesse…
Começou o novo bloco – Nefrologia. Não consegui estar atento nas aulas (ressaca de estudo de última hora).
Entretanto: Segundo a Associated Press, já foi aprovado nos estados unidos a primeira insulina inalável! Poderá vir a trazer melhorias significativas na qualidade de vida dos doentes com diabetes. Podem ver a notícia aqui http://msnbc.msn.com/id/11062591/ ou aqui em português Insulina inalável aprovada na Europa e nos EUA
quinta-feira, janeiro 26, 2006
Dia 26
Hoje tivemos a última aula de oftalmologia. Foi tão rápido que nem as vi passar. Tenho pena que o contacto com algumas especialidades seja tão rápido. Agora que começávamos a perceber alguma coisa – ploft, acabou.
quarta-feira, janeiro 25, 2006
Dia 25
Hoje aprendi doenças das pálpebras e aparelho lacrimal. Não foi muito interessante.
Passei a tarde na faculdade a estudar. Ao ver os colegas mais novos, do primeiro ano, a estudar anatomia, fiquei cá com uma nostalgia dos tempos em que ficava com o meu grupo de estudo, até altas da madrugada a estudar, a conversar, a rir, a desesperar, a fumar cigarros, a beber red-bull… tantas emoções passamos juntos nesses estudos intensivos. Na altura era um suplício, mas hoje olho para essas noitadas com um sorriso.
O estudo destas mini cadeiras tem essa perversidade: é tão rápido que nem dá para ficarmos íntimos da matéria! É como um “one night stand” – é muito bom, mas no dia a seguir, de pouco nos lembramos…
O prof. assistente contou como era diferente na altura em que ele entrou para a faculdade (há pouco menos de 20 anos). O numerus clausus era 40 (vs os 250 que entraram este ano). As turmas tinham 5 alunos (vs os 30 de hoje), e o rácio professores/alunos era 1 para 1. Assim se aprendia boa medicina.
Hoje, vai-se aprendendo…
Passei a tarde na faculdade a estudar. Ao ver os colegas mais novos, do primeiro ano, a estudar anatomia, fiquei cá com uma nostalgia dos tempos em que ficava com o meu grupo de estudo, até altas da madrugada a estudar, a conversar, a rir, a desesperar, a fumar cigarros, a beber red-bull… tantas emoções passamos juntos nesses estudos intensivos. Na altura era um suplício, mas hoje olho para essas noitadas com um sorriso.
O estudo destas mini cadeiras tem essa perversidade: é tão rápido que nem dá para ficarmos íntimos da matéria! É como um “one night stand” – é muito bom, mas no dia a seguir, de pouco nos lembramos…
O prof. assistente contou como era diferente na altura em que ele entrou para a faculdade (há pouco menos de 20 anos). O numerus clausus era 40 (vs os 250 que entraram este ano). As turmas tinham 5 alunos (vs os 30 de hoje), e o rácio professores/alunos era 1 para 1. Assim se aprendia boa medicina.
Hoje, vai-se aprendendo…
terça-feira, janeiro 24, 2006
Dia 24
A aula de hoje foi sobre Neuro-Oftalmologia. Um tema que veio complicar tudo. Não é fácil compreender todas as causas de hipovisão devido a interrupções na via nervosa.
segunda-feira, janeiro 23, 2006
Dia 23
Dia 23
Hoje discutiu-se estrabismo e ambliopia, um tema interessante. Tenho vindo a descobrir que me interessam mais os temas que têm alguma física e/ou química. Prefiro um estudo em Medicina mais orientado para o funcionamento de um órgão, do que decorar sinais e sintomas. Se calhar andei até agora a estudar mal: estudar as doenças sem ter uma base mais aprofundada do órgão… parece que os três anos de teoria serviram para pouco…
Por outro lado, como é possível ficar a saber suficiente numa cadeira de 15 dias?? A minha má experiência com Dermatologia e Ortopedia reflecte isso mesmo. Sei que sou raro no meu curso por não ter tanto sucesso quanto esperava nestes blocos pequenos, mas considero que 2 semanas não é tempo suficiente para me preparar, para sequer entrar na cadeira. Já devia estar habituado ao estudo à pressão, a esta altura do campeonato, mas ainda não estou… espero um dia não ser mau médico por causa disso…
Tivemos aula prática com outro assistente (que ficou assim com 9 alunos – coitada da doente que nos aturou!), devido ao problema mencionado na 2ª feira passada…
Hoje discutiu-se estrabismo e ambliopia, um tema interessante. Tenho vindo a descobrir que me interessam mais os temas que têm alguma física e/ou química. Prefiro um estudo em Medicina mais orientado para o funcionamento de um órgão, do que decorar sinais e sintomas. Se calhar andei até agora a estudar mal: estudar as doenças sem ter uma base mais aprofundada do órgão… parece que os três anos de teoria serviram para pouco…
Por outro lado, como é possível ficar a saber suficiente numa cadeira de 15 dias?? A minha má experiência com Dermatologia e Ortopedia reflecte isso mesmo. Sei que sou raro no meu curso por não ter tanto sucesso quanto esperava nestes blocos pequenos, mas considero que 2 semanas não é tempo suficiente para me preparar, para sequer entrar na cadeira. Já devia estar habituado ao estudo à pressão, a esta altura do campeonato, mas ainda não estou… espero um dia não ser mau médico por causa disso…
Tivemos aula prática com outro assistente (que ficou assim com 9 alunos – coitada da doente que nos aturou!), devido ao problema mencionado na 2ª feira passada…
sábado, janeiro 21, 2006
Dia 17
Dia 17
Assistimos à consulta de Oftalmologia. O nosso professor assistente é um castiço: um médico ainda bastante novo, bem disposto, com vontade de nos ensinar alguma coisa.
Realmente o que diziam do serviço de Oftalmologia é mesmo verdade: 400 doentes por dia!! É sempre a aviar! Nunca tinha visto um serviço onde entrasse e saísse tanta gente. O ambiente entre os médicos é bastante bom: hoje falavam acerca das multas por excesso de velocidade, e apreensões de carta (image placeholder)
Depois de assistirmos à consulta, tivemos uma sessão teórico-prática com o nosso assistente.
Para já estou a gostar bastante te Oftalmologia. É uma medicina diferente, bastante específica, mas com uma componente prática aliciante. Se tudo correr bem, 5ª feira vamos assistir à cirurgia de cataratas, e perceber a minuciosidade da cirurgia oftalmológica.
Assistimos à consulta de Oftalmologia. O nosso professor assistente é um castiço: um médico ainda bastante novo, bem disposto, com vontade de nos ensinar alguma coisa.
Realmente o que diziam do serviço de Oftalmologia é mesmo verdade: 400 doentes por dia!! É sempre a aviar! Nunca tinha visto um serviço onde entrasse e saísse tanta gente. O ambiente entre os médicos é bastante bom: hoje falavam acerca das multas por excesso de velocidade, e apreensões de carta (image placeholder)
Depois de assistirmos à consulta, tivemos uma sessão teórico-prática com o nosso assistente.
Para já estou a gostar bastante te Oftalmologia. É uma medicina diferente, bastante específica, mas com uma componente prática aliciante. Se tudo correr bem, 5ª feira vamos assistir à cirurgia de cataratas, e perceber a minuciosidade da cirurgia oftalmológica.
quinta-feira, janeiro 19, 2006
Dia 16
Dia 16
Hoje começa um bloco diferente – Oftmalmologia. Vamos lá ver olhinhos.
Tenho pena que seja um dos blocos expresso: só duas semanas. Será que vamos ficar a saber alguma coisa, ou daqui a uns anos só nos lembramos que as conjuntivites dão nos olhos? Enfim…
Só tive aula teórica. O regente é simpático e prestável, o que é bom para variar… e acima de tudo, a cadeira está bem organizada, o que também se começa a tornar improvável na minha faculdade.
Não houve aula prática, porque o meu assistente é voluntário (isso mesmo, a faculdade NÃO tem corpo docente suficiente para tantos alunos), e à 2ª feira é o dia de folga dele.
Apareceram na nossa turma duas brasileiras “erasmus”. Intriga-me escolherem Portugal como destino. Adoro a minha cidade, mas imagino que viver no Brasil seja bem mais interessante! Apesar disso, gostei muito e fiquei amigo das brasileiras que tive o prazer de conhecer no ano passado, na faculdade. Por isso, acho bom que venham! São bem dispostos e sempre com “alto astral”, o que é bom…
Hoje começa um bloco diferente – Oftmalmologia. Vamos lá ver olhinhos.
Tenho pena que seja um dos blocos expresso: só duas semanas. Será que vamos ficar a saber alguma coisa, ou daqui a uns anos só nos lembramos que as conjuntivites dão nos olhos? Enfim…
Só tive aula teórica. O regente é simpático e prestável, o que é bom para variar… e acima de tudo, a cadeira está bem organizada, o que também se começa a tornar improvável na minha faculdade.
Não houve aula prática, porque o meu assistente é voluntário (isso mesmo, a faculdade NÃO tem corpo docente suficiente para tantos alunos), e à 2ª feira é o dia de folga dele.
Apareceram na nossa turma duas brasileiras “erasmus”. Intriga-me escolherem Portugal como destino. Adoro a minha cidade, mas imagino que viver no Brasil seja bem mais interessante! Apesar disso, gostei muito e fiquei amigo das brasileiras que tive o prazer de conhecer no ano passado, na faculdade. Por isso, acho bom que venham! São bem dispostos e sempre com “alto astral”, o que é bom…
terça-feira, janeiro 10, 2006
Dia 7
Dia 7
Hoje tive exame prático de Cirurgia. O objectivo era enquadrar a nossa aprendizagem num contexto de indpendência do docente, capacidade de colher a histórica clínica de um doente, avalia-la e tentar elaborar um diagnóstico, bem como proposta de tratamento.
Correu bastante bem, apesar de não termos tido qualquer acompanhamento do doecente, uma vez que este se encotrava no bloco a operar “colhem a história ao doentinho numa hora, escrevem-na noutra hora, e depois discutimos”.
O “meu” doente (nós estudantes, temos sempre esta forma condescendente/paternalista de tratar os doentes) coitado, mal se mexia… fez um grande esforço para me aturar durante uma hora a perguntar-lhe as coisas mais estapafúrdias que fazem parte de uma história clínica completa. Mas enfim, no meio dessas dores e desconforto, lá consegui (e ele também – livrar-se de mim). Era mais um senhor com uma pancreatite crónica, provocada pelo etilismo excessivo (sim, andava nos copos… depois o corpo é que paga)
A discussão correu bem, aparte de uma ou outra resposta menos brilhante.
Agora seguimos para exame teórico 5ª feira
Hoje tive exame prático de Cirurgia. O objectivo era enquadrar a nossa aprendizagem num contexto de indpendência do docente, capacidade de colher a histórica clínica de um doente, avalia-la e tentar elaborar um diagnóstico, bem como proposta de tratamento.
Correu bastante bem, apesar de não termos tido qualquer acompanhamento do doecente, uma vez que este se encotrava no bloco a operar “colhem a história ao doentinho numa hora, escrevem-na noutra hora, e depois discutimos”.
O “meu” doente (nós estudantes, temos sempre esta forma condescendente/paternalista de tratar os doentes) coitado, mal se mexia… fez um grande esforço para me aturar durante uma hora a perguntar-lhe as coisas mais estapafúrdias que fazem parte de uma história clínica completa. Mas enfim, no meio dessas dores e desconforto, lá consegui (e ele também – livrar-se de mim). Era mais um senhor com uma pancreatite crónica, provocada pelo etilismo excessivo (sim, andava nos copos… depois o corpo é que paga)
A discussão correu bem, aparte de uma ou outra resposta menos brilhante.
Agora seguimos para exame teórico 5ª feira
sexta-feira, janeiro 06, 2006
Dia 5
Dia 5
Hoje foi um dia difícil – muito sono.
Logo pela manhã, o prof. Assistente baldou-se: havia uma reunião sobre “obras 2006-2010: o futuro do HSJ”. Assim sendo, eu e os meus dois colegas de grupo andamos de um lado para o outro a tentar arranjar algo útil para fazer. Um deles estava desesperado para picar os doentes (o que a mim não me entusiasma nada), e ainda fizemos um ECG a um doente que ia para o bloco. Claro que não havia gel para os eléctrodos, mas enfim, lá saiu um bocadinho mais tremido.
Chateamos alguns doentes para lhes palpar as dores, até que finalmente desistimos e fomos estudar um bocado..
A aula da manhã com o Regente foi interessante – cirurgia bariátrica. Deu para ter uma perspectiva aterradora da obesidade no mundo e em Portugal, e perceber que a “banda gástrica” de que tanto se fala, não é o tratamento milagorso. Os doentes sofrem (e não é pouco) porque fazem uma dieta à força.
A todas as pessoas que pensam emagrecer da forma fácil, desenganem-se. Só há uma forma: comer menos e fazer mais exercício. É muito simples.
À tarde foi a aula sobre pancreatite aguda. Ai que eu não quero ter uma! Mas é ter cuidadinho com o álcool e comidinhas pesadonas!
Hoje foi um dia difícil – muito sono.
Logo pela manhã, o prof. Assistente baldou-se: havia uma reunião sobre “obras 2006-2010: o futuro do HSJ”. Assim sendo, eu e os meus dois colegas de grupo andamos de um lado para o outro a tentar arranjar algo útil para fazer. Um deles estava desesperado para picar os doentes (o que a mim não me entusiasma nada), e ainda fizemos um ECG a um doente que ia para o bloco. Claro que não havia gel para os eléctrodos, mas enfim, lá saiu um bocadinho mais tremido.
Chateamos alguns doentes para lhes palpar as dores, até que finalmente desistimos e fomos estudar um bocado..
A aula da manhã com o Regente foi interessante – cirurgia bariátrica. Deu para ter uma perspectiva aterradora da obesidade no mundo e em Portugal, e perceber que a “banda gástrica” de que tanto se fala, não é o tratamento milagorso. Os doentes sofrem (e não é pouco) porque fazem uma dieta à força.
A todas as pessoas que pensam emagrecer da forma fácil, desenganem-se. Só há uma forma: comer menos e fazer mais exercício. É muito simples.
À tarde foi a aula sobre pancreatite aguda. Ai que eu não quero ter uma! Mas é ter cuidadinho com o álcool e comidinhas pesadonas!
quinta-feira, janeiro 05, 2006
Dia 4
Dia 4
Hoje fui para o bloco cirúrgico.
Vi duas colecistectomias (remoção da vesícula biliar). Estava com mais uma colega na sala, que o cirurgião convidou para ajudar. Fiquei triste por não ser eu, mas na minha faculdade é sempre assim – nunca dá para todos.
Eu, antes de entrar para a Faculdade de Medicina era dos que achava: “vagas? quantas mais melhor!” “se são precisos médicos, formam-se mais!”. Hoje sou vítima dessas próprias afirmações – o aumento do numerus clausus levou a uma inevitável deterioração do ensino, em primeira instância por falta de recursos. Como é que uma instituição criada para receber cerca de 100 alunos/ano pode abarcar o mais do dobro?
Sofro eu hoje, sofrerão os doentes amanhã? Espero que não.
Depois disso tive uma aula teórica sobre tumores hepáticos. Discutia-se “deprimem-me os tratamentos paliativos – é desesperante não ter mais nada para oferecer ao doente”, ao que o professor respondeu “eu na tua idade também pensava assim – tenho 60 anos de vida pela frente, 6 meses não é nada. Mas acredita que dar mais 6 meses de vida a uma pessoa que só espera ter 2, é triplicar-lhe a esperança de vida (sobretudo se for com qualidade).” Fiquei pensativo – então afinal o paliativo pode ser muito bom…
Hoje fui para o bloco cirúrgico.
Vi duas colecistectomias (remoção da vesícula biliar). Estava com mais uma colega na sala, que o cirurgião convidou para ajudar. Fiquei triste por não ser eu, mas na minha faculdade é sempre assim – nunca dá para todos.
Eu, antes de entrar para a Faculdade de Medicina era dos que achava: “vagas? quantas mais melhor!” “se são precisos médicos, formam-se mais!”. Hoje sou vítima dessas próprias afirmações – o aumento do numerus clausus levou a uma inevitável deterioração do ensino, em primeira instância por falta de recursos. Como é que uma instituição criada para receber cerca de 100 alunos/ano pode abarcar o mais do dobro?
Sofro eu hoje, sofrerão os doentes amanhã? Espero que não.
Depois disso tive uma aula teórica sobre tumores hepáticos. Discutia-se “deprimem-me os tratamentos paliativos – é desesperante não ter mais nada para oferecer ao doente”, ao que o professor respondeu “eu na tua idade também pensava assim – tenho 60 anos de vida pela frente, 6 meses não é nada. Mas acredita que dar mais 6 meses de vida a uma pessoa que só espera ter 2, é triplicar-lhe a esperança de vida (sobretudo se for com qualidade).” Fiquei pensativo – então afinal o paliativo pode ser muito bom…
segunda-feira, janeiro 02, 2006
Hoje foi mais um dia
Hoje foi mais um dia em Cirurgia. A manhã passou-se sem grandes ocorrências: andamos de um lado para o outro no serviço, atrás do professor assistente, a fingir que aprendíamos alguma coisa.
Infelizmente, parece que o ano não começou bem. Não temos aprendido nada de novo, não por falta de estudo mas por total desorganização do serviço. Não sei bem o que andamos para lá a fazer, e atrás de quem.
Ainda colhemos a história a um homem com uma pancreatite aguda, que alegremente nos dizia “Álcool? Até cair para o lado”…
Aqui dói? “Sim”, e aqui? “Também”
Ó colega, não é assim que se palpa, é assim
“Então se dói, não diz que tem defesa?” – ora essa, o doentinho não disse “AI!!”
E pronto, assim passa mais uma manhã…
Infelizmente, parece que o ano não começou bem. Não temos aprendido nada de novo, não por falta de estudo mas por total desorganização do serviço. Não sei bem o que andamos para lá a fazer, e atrás de quem.
Ainda colhemos a história a um homem com uma pancreatite aguda, que alegremente nos dizia “Álcool? Até cair para o lado”…
Aqui dói? “Sim”, e aqui? “Também”
Ó colega, não é assim que se palpa, é assim
“Então se dói, não diz que tem defesa?” – ora essa, o doentinho não disse “AI!!”
E pronto, assim passa mais uma manhã…
domingo, janeiro 01, 2006
Assim começa
Fiz um blog.
Nele vou pôr todos os devaneios que, como estudante do 5º ano de medicina, me passam pela cabeça e pelo corpo. Não pretendo ser moralista nem educador, apenas relatar a minha experiência para os outros, e guardar o meu dia-a-dia para mim.
Nele vou pôr todos os devaneios que, como estudante do 5º ano de medicina, me passam pela cabeça e pelo corpo. Não pretendo ser moralista nem educador, apenas relatar a minha experiência para os outros, e guardar o meu dia-a-dia para mim.
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