Nefro 2, Gastro 1

Hoje já é 4ª feira, vamos no 3º dia de Gastrenterologia – a 2ª parte da cadeira de Medicina do 5º ano. Seguem-se Doenças Infecciosas e Reumatologia.
Aqui anda tudo a abrir: enquanto o diabo faz um xixizinho, dão-se duas semanas de rins. Num instante começou Gastro e já vamos quase a meio.

A cadeira até está a correr bem: temos falado de alguma patologia gastro-intestinal (nada de novo) e já vi umas endoscopias – o que foi interessante. Os doentes não se queixam tanto como eu pensava, e os profissionais de saúde (médico+enfermeira) não são tão frios como eu esperava. Foi interessante. “é só mais um bocadinho – entrou e vai já sair. Eu sei que dói, mas é para seu bem” ao que o doente respondia “hgrumfpr”

Tenho professores que até publicam no New England Journal of Medicine (uma das revistas cientificas mais conceituadas em medicina). Podem ver o abstract do artigo aqui. Compara um medicamento (budenosido) com outro (mesalamina) no tratamento da doença de Crohn (algumas informações básicas aqui e aqui). Isto é que eu chamo ensino interactivo!! “ora bem, temos aqui um estudo no qual o Serviço participou, que foi publicado no New England!!”

Finalmente algumas peças de Terapêutica do 4º ano começam-se a encaixar =)

Entretanto, descobri também o site da Sociedade Portuguesa de Gastrenterologia, que tem uns desdobráveis muito interessantes para os doentes. Explicam de forma (relativamente) simples algumas doenças que já todos ouviram falar, como Doença de Refluxo Gastroesofágico. Intolerância ao Leite. Consumo excessivo de Álcool. Hepatite C. Sindroma do Intestino Irritável. Hemocromatose Helicobacter Pylori. Obstipação. Cancro do Cólon e Recto. Hepatite B. Colite Ulcerosa. Doença de Crohn.

Hoje deu-me para pôr muitos links.. há dias assim.

Uns ficam, outros vão

Hoje de tarde fui para a faculdade, ajudar uma querida amiga minha a fazer sua a caricatura de curso. Antes de mais, louvo o trabalho do caricaturista (o Sr. Artur) que faz maravilhas com o lápis (!)

“diz qualquer coisa sobre mim!!” “tantas coisas vivemos juntos, tantos momentos divertidos e angústias pré-exames, como resumir isso numa folhinha??”

Foi assustador aperceber-me assim que as pessoas com quem entrei para a faculdade, no longinquamente próximo ano de 2000, se preparam para acabar o curso. Como perdi um ano, ainda não estou a dar esse passo, mas não deixei de ficar nostálgico a pensar em quando entrei para a faculdade. Era mesmo um puto cheio de seguranças e certezas. Hoje continuo um puto, com algumas certezas e muitas inseguranças. Apercebo-me que sei pouco e tenho que praticar muito se quero ser bom médico (e não é nada fácil).

Vejo-os a prepararem-se para sair: uns felizes, outros deprimidos. Uns já andam obcecados com o estudo para o exame da especialidade (em Dezembro), outros ainda aproveitam para queimar os últimos cartuchos de liberdade. Como me irei sentir daqui a um ano?

Sem prof não há aulas!

Sem prof não há aulas!

Há dias que pensamos que vão ser cheios, mas acabam por sair furados: hoje de 4 horas de aulas, tivemos uma!

Por um lado foi bom, porque finalmente consegui colher a história da minha doente.. Não foi fácil, porque nem sempre os doentes são tão colaborantes e esquemáticos como aparece nos livros, mas lá consegui arrancar um detalhe ou outro mais importante. Valeu-me o processo clínico para me organizar as ideias…

Agora segue-se estudo intensivo para tentar perceber o caso…

Os rins são fodidos.