quarta-feira, setembro 24, 2008

EAM

Estou no estágio de Medicina Interna.

Dia agitado. De manhã estive a passar visita (sozinho) aos doentes do internamento (6 doentes), que eu mal conheço (fui atribuído a um novo tutor na 2ª feira), pelo que demorei a manhã toda – o meu tutor foi para a urgência e por lá ficou. A entrada na urgência ficou adiada para depois de almoço.

Almocei rapidamente, e fui para o SU.

Tinha acabado de entrar um doente com dor torácica. Mas entretanto os especialistas tinham ido almoçar, pelo que fiquei eu e um interno de clínica geral primeiro ano. Fizemos a admissão ao doente, colhemos a história. Parecia uma dor compatível com angor, pelo que fizemos um ECG de imediato. Não tinha alterações características de isquemia. Ao exame físico o doente referia dor paraesternal, sem irradiação, constante, e dor à palpação abdominal. Tinha antecedentes de gastrite crónica – ficamos na dúvida. Demos um comprimido de DNI sublingual, que aliviou a dor… Iniciamos oxigenoterapia e fomos chamar os especialistas.

De repente, o doente fica lívido, começa a gemer de dor, sudorese intensa… é levado para a sala de reanimação, onde faz novo ECG – grandes supraST  nas derivações V1-V5… faz imediatamente aspirina 300mg e inicia perfusão de morfina.

Telefonema para Braga, dar bólus de enoxaparina i.v., 300mg clopidogrel, e enviar para cateterismo (ainda tinha menos de 3h de evolução, door-to-needle).

Esta foi a história do enfarte que vi a acontecer…

 

O resto da urgência foi mais ou menos  tranquilo, com alguns doentes em insuficiência/infecção respiratória.

Tunes