Como correu?
Sei lá, era um exame bastante estranho - apesar de ter consciência que todos os estudantes de Medicina dizem isso sempre que saem de um exame - o Nosso exame é sempre pior que o dos outros, os anteriores foram sempre mais fáceis =)
O exame não me correu muito bem, pois algumas perguntas suscitaram-me grandes dúvidas.
Cardiologia foi, como de costume, difícil.
Pneumologia completamente atípico. Uma das respostas estava garantidamente mal elaborada.
Nefrologia foi bizarro: 13 perguntas com as opções "nenhuma das anteriores" e "todas as anteriores" deu-me um nó cego no cérebro.
Hematologia foi um presente feliz, pois era a matéria para a qual me sentia menos preparado, e o exame foi cópia de exames de anos anteriores.
Gastrenterologia foi, como de costume, estranho e difícil.
Tenho só que deixar duas notas: tenho a certeza que duas perguntas são para anular, e as pessoas que fizeram o exame tiveram a displicência de repetir uma pergunta (de hematologia) que no ano passado teve duas alíneas consideradas correctas! Além disso, voltaram a escrever a palavra recorrente com u!! Começo a achar que quem transcreve os exames fá-lo com uma máquina de escrever daquelas mesmo antigas, ainda sem CORRECTOR ORTOGRÁFICO...
A outra nota é para o copianço. Todos nós, ao longo da nossa vida de estudante, por vezes espreitamos ou copiamos alguma coisa - como tão bem nos ensina o Jorge Gabriel no seu programa com os miúdos de 10 anos, muito educativo nesse sentido... Mas nunca pensei que numa sala onde estão 150 pessoas a fazer um exame se espreitasse tanto... E já ouvi dizer que em algumas salas de Lisboa ainda foi pior, desde a consulta a exames em grupo...
Acho que devia haver video-vigilância nestes exames - assim pelo menos todos estaríamos em condições equivalentes. Porque eu sei que se não aproveitar para copiar, muitos dos meus colegas o farão, pelo que quem se prejudica sou eu. É um dilema grande que eu sinto, e em que sei que sou um bocado hipócrita, pois sempre fui cabulão... Por um lado, escandaloso copiar num exame em que o objectivo não é passar, mas sim concorrermos uns com os outros; por outro, o sentimento que se não copiar, estou-me a prejudicar, pois todos os outros copiam...
Preferia saber que ninguém tinha hipótese de copiar, seria tremendamente mais justo...
Em suma, e de acordo com as minhas expectativas, foi um exame difícil. Amanhã avaliaremos a taxa de sucesso.
Por hoje, vou festejar este (longo) ciclo que se fecha, e o facto de poder largar os meus 7 kilos de Harrison... Como me sinto leve!
3 comentários:
pois, mas até copiar não é para quem quer, é para quem pode... eu tb fiquei numa sala com mta gente, mas fiquei mesmon lá no início, à frente, com vista para a parede...
não é que fosse com o intuito de copiar, mas em situações de desepero olhar pó lado até nem é nada de muito grave...
mas eu, nem isso pude...
quanto ao exame, era muito dificil... há algumas que mudei para mal, mas pronto. talzvez as notas este ano não sejam tão altas, no geral, como as do ano passado, n achas??
bem, já feito...
espero que dê para o que a gente quer.
Catarina
Só não percebo, como é que as pessoas que se dedicaram a "vigiar" os exames, deixaram ser a balburdia que foi. É que além de ser do mais injusto, prejudicaram o resto das pessoas que faziam exame, e acho que um bocadinho de seriedade não fazia mal nenhum.
Enfim... espero que apesar de tudo, o resultado vos seja favoravel.
E é verdade, tb me sinto bem mais leve, sem o Harrison atrás, mas ao mesmo tempo é uma sensação estranha.
Copianço?!... Achei que o exame de especialidade era o único da vida académica em que isso não acontecia...
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