No 3º dia conhecemos o Médico que iria orientar o nosso estágio, mas que tinha estado de folga no princípio da semana. Estranhamente (ou não), era um médico espanhol. Apercebi-me que a falta de médicos no interior é real, e não uma coisa que se fala na televisão ou no corredor do hospital – onde por vezes os há em número suficiente. De facto não só o médico é espanhol, como vive em Zamora, a cerca de 200 km de Alfândega da Fé, percurso que faz todos os dias “porque me apeguei a esta população e agora custa-me deixá-los…” E como diziam os doentes “olhe, ele é espanhol, não se percebe muito bem o que diz, mas é bom Médico e trata bem da gente…”
Depois das introduções formais, foram-nos distribuídas tarefas: teríamos de elaborar alguns trabalhos, além da execução de tarefas normais no centro de saúde – como DAR CONSULTAS! Foi-nos destinado um trabalho sobre diarreias e uma brochura sobre obstipação (portanto, uma merda de trabalho!), além das duas histórias clínicas colhidas a doentes do Centro de Saúde (tal como já tínhamos feito no módulo urbano da mesma cadeira).
Trabalhamos muito todo o dia, tentando por um lado ajudar o nosso tutor a ver os doentes que tinha marcado para aquele dia, bem como fomos dando um apoio aos casos que apareciam de urgência (no serviço de atendimento permanente)… Pouco a pouco fomo-nos sentindo cada vez mais Médicos, e ao fim do dia já fazíamos parte do Centro de Saúde.
A população acolheu-nos bem (em geral), apesar de estarem habituados aos médicozinhos novos que vêm, vão e não voltam…
Cansados depois de um dia de trabalho, fomos para o Centro Cultural, onde pudemos cear uma bela tosta mista com bacon, e dar um adianto nos trabalhos para a disciplina.
1 comentário:
Muito intereressante seu blog, meu caro.
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