Um dia em Medicina
quinta-feira, maio 03, 2012
Primeiros passos (ou tropeções?)
sábado, novembro 29, 2008
Agora escolha
Sou o mais novo interno de Medicina Interna no Hospital Sto António, no Porto! Apesar de algumas hesitações durante a última semana, era a vaga que eu queria, e quando escolhi ainda tinha 4 à minha espera!
Quanto às escolhas em si, tinha ouvido relatos de grande aparato, um ambiente de cortar à faca, toda a gente a esconder as suas hipóteses... eu não vi isso! Na ARS do Norte, foi uma tarde de ansiedade, sobretudo porque a manhã só acabou às 15h30, pelo que atrasou o início da tarde... No entanto o ambiente que se viveu foi de relativa boa disposição e tranquilidade. As pessoas que escolheram à minha frente ficaram satisfeitas, fora um ou outro que num devaneio de última hora escolheu uma vaga "melhor" num local mais distante...
Eu fiquei feliz com a minha escolha, fiquei contente por não ter sido uma tarde de stress avassalador.
Agora esperam-me 5 anos de Medicina pura e dura!
quinta-feira, novembro 27, 2008
Escolhas
As pessoas com quem tenho falado dizem-me que o ambiente é de cortar à faca, todos olham uns para os outros com um sentimento de "espero que não me tires a vaga". Mas no geral (e talvez por serem os primeiros a escolher) houve uma sensação de satisfação.
Amanhã é o segundo dia. Já fiz a minha listinha, escolho à tarde. Medicina Interna no topo. Espero ter uma boa vaguinha à minha espera!
quinta-feira, novembro 20, 2008
Mapa de vagas
vejam no site do médico interno: www.medicointerno.com
para o caso de entupir, deixo o ficheiro aqui.
Dei uma vista de olhos, parece-me bom demais para ser verdade...
quinta-feira, novembro 13, 2008
Registo orientado por problemas
Sentia-me (e ainda sinto!) um bocado perdido, avassalado até com tanta informação para ter presente. Não é fácil lembrarmo-nos de cada problema de cada doente quando nos perguntam, ou até mesmo ao elaborar um raciocínio que nos guiará ao diagnóstico e ao tratamento.
Então, li este artigo que saiu na Revista da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna que me tem ajudado a estruturar (ou pelo menos tentar!) o meu raciocínio, torná-lo mais claro para ser entendido pelos outros, mas também por mim... Aconselho a leitura a todos que se identificam com o meu problema (e aos que não se identificam também).
E há ainda outra coisa que me ajuda a manter-me estruturado e a par: ter uma lista dos doentes que estou a seguir, dos respectivos problemas e do plano a seguir. É bom para podermos consultar ser ter que ir ler o processo clínico.
quarta-feira, novembro 12, 2008
Discussão
A discussão do Merrill Goozner é de facto muito interessante. Claro que estes mega estudos promovidos por companhias farmacêuticas têm que ter algum tipo de contrapartida. Não podemos ser ingénuos a ponto de acreditar que os resultados são uma verdade absoluta. No entanto, e por outro lado, são de facto esse tipo de estudos que por vezes abrem portas a novas descobertas, ou num sentido mais lato, nos levam a novas direcções. Pessoalmente, é isso que mais me interessa. Assim como a diabetes e a hipertensão estão intimamente relacionadas com o risco cardiovascular, quantas mais condições não poderão estar? E em quantas delas podemos intervir?
Uma das coisas em que fiquei a pensar quando li o estudo foi: "ok, a rosuvastatina é fixe. E as outras estatinas? Não poderão ter tanto ou mais efeito?" O que é certo é que a AstraZeneca conseguiu aquilo que muitas farmacêuticas tentam: amanhã, os doentes mais atentos à imprensa vão telefonar ao seu médico a pedir Crestor...
É uma perspectiva redutora da saúde, mas infelizmente todos sabemos que a saúde é um negócio. É difícil negá-lo. Sobretudo quando as notícias chegam do outro lado do Atlântico, onde não só é um negócio, como o é da forma mais selvagem e pouco escrupulosa.
Cientificamente não me sinto capaz de fazer a mesma avaliação que ele de um estudo. Mas prefiro ser optimista e acreditar que estes pequenos passos que vão sendo dados aprofundam o nosso conhecimento acerca das doenças e que, acima de tudo, fomentam a discussão =)
terça-feira, novembro 11, 2008
Coisas excitantes a acontecer
Vejam o estudo no New England
ABSTRACT
Background Increased levels of the inflammatory biomarker high-sensitivity C-reactive protein predict cardiovascular events. Since statins lower levels of high-sensitivity C-reactive protein as well as cholesterol, we hypothesized that people with elevated high-sensitivity C-reactive protein levels but without hyperlipidemia might benefit from statin treatment.
Methods We randomly assigned 17,802 apparently healthy men and women with low-density lipoprotein (LDL) cholesterol levels of less than 130 mg per deciliter (3.4 mmol per liter) and high-sensitivity C-reactive protein levels of 2.0 mg per liter or higher to rosuvastatin, 20 mg daily, or placebo and followed them for the occurrence of the combined primary end point of myocardial infarction, stroke, arterial revascularization, hospitalization for unstable angina, or death from cardiovascular causes.
Results The trial was stopped after a median follow-up of 1.9 years (maximum, 5.0). Rosuvastatin reduced LDL cholesterol levels by 50% and high-sensitivity C-reactive protein levels by 37%. The rates of the primary end point were 0.77 and 1.36 per 100 person-years of follow-up in the rosuvastatin and placebo groups, respectively (hazard ratio for rosuvastatin, 0.56; 95% confidence interval [CI], 0.46 to 0.69; P<0.00001),> rates of 0.17 and 0.37 for myocardial infarction (hazard ratio, 0.46; 95% CI, 0.30 to 0.70; P=0.0002), 0.18 and 0.34 for stroke (hazard ratio, 0.52; 95% CI, 0.34 to 0.79; P=0.002), 0.41 and 0.77 for revascularization or unstable angina (hazard ratio, 0.53; 95% CI, 0.40 to 0.70; P<0.00001),> the combined end point of myocardial infarction, stroke, or death from cardiovascular causes (hazard ratio, 0.53; 95% CI, 0.40 to 0.69; P<0.00001),> any cause (hazard ratio, 0.80; 95% CI, 0.67 to 0.97; P=0.02). Consistent effects were observed in all subgroups evaluated. The rosuvastatin group did not have a significant increase in myopathy or cancer but did have a higher incidence of physician-reported diabetes.
Conclusions In this trial of apparently healthy persons without hyperlipidemia but with elevated high-sensitivity C-reactive protein levels, rosuvastatin significantly reduced the incidence of major cardiovascular events. (ClinicalTrials.gov number, NCT00239681 [ClinicalTrials.gov] .)quarta-feira, novembro 05, 2008
IM-2009-B
Lamento que esteja tanta gente a estudar outra vez para o exame, provavelmente em vão.
segunda-feira, novembro 03, 2008
MostrEM2008
Eu pessoalmente já estou mais ou menos decidido quanto à minha escolha, no entanto é sempre bom ter várias portas abertas, não vá o diabo tecê-las... Ainda para mais, sabendo que a lista de vagas só vai sair lá para o dia 20 de Novembro, 4 dias antes de começarem as escolhas propriamente ditas.
A mostra é bastante interessante: internos das diversas especialidades expõem-se para contar a sua experiência, as expectativas que tinham/que foram correspondidas, as surpresas que tiveram ao longo do caminho... é interessante ouvir colegas que estavam na nossa posição há relativamente pouco tempo falarem da especialidade que escolheram, e ouvir os seus prós e contras. Claro que é só uma experiência pessoal, mas fico com a sensação de poder ser o motor para uma escolha que pouco provavelmente ponderaria - isto sobretudo se o mapa de vagas for desfavorável...
Gostei de ir hoje, vou repetir nos próximos dias!
E quanto aos colegas que estudam árduamente para o fatídico exame, boa sorte, vão com calma...
sábado, novembro 01, 2008
segunda-feira, outubro 06, 2008
Escolhas no fim de Novembro
IM 2008 A [ Novo ]
- Formação Específica [ Novo ]
Informam-se os médicos internos que se encontram a frequentar o Ano Comum que a escolha da área profissional de e estabelecimento de formação, ocorrerá no período de 24 de Novembro até 3 de Dezembro de 2008.
sábado, outubro 04, 2008
Médicos internos duplicam em 2009
2008-10-04
O Ministério da Saúde não vai usar a possibilidade de colocar, este ano, médicos nos privados e anunciou uma duplicação de internistas em 2009 no sistema de saúde. O assunto cria ruptura entre os sindicatos e a Ordem.
O Cuf Descobertas, em Lisboa, propriedade do grupo José de Mello Saúde SA, depois de auditado, tornou-se no primeiro hospital privado português a receber carta verde da Ordem dos Médicos para formar especialistas em pediatria e otorrinolaringologia. "Foi-lhe reconhecida idoneidade formativa com base nos mesmos rigorosos critérios pelos quais é pautada a formação médica nos hospitais públicos", afirmou, ao JN, Pedro Nunes, da Ordem dos Médicos. Houve ratificação dessa competência porque, esclarece o bastonário, "aquele hospital tem o número mínimo de médicos exigido e suficiente diversidade de cirurgias, o que é uma garantia para a qualidade da formação". Além disso, "possui um conjunto de patologias diversas e número suficiente de doentes".
Apesar de aberta a possibilidade, o Ministério da Saúde não a irá utilizar - pelo menos, este ano. "A tutela decidiu não usar as vagas disponíveis no privado, porque há capacidade no Serviço Nacional de Saúde (SNS) para realizar essa formação", esclareceu fonte do gabinete da ministra da Saúde. Sempre que houver carência ou vagas no SNS para formação de determinadas especialidades, os lugares nos privados não serão utilizados pelos internistas.
Ana Jorge, que já afirmou publicamente a necessidade de aumentar o número de internos em Medicina Geral e Familiar [ver caixa], viu apenas 266 internistas ingressarem no sistema este ano. Em compensação, anunciou a sua assessora ao JN, em 2009 haverá 1210 novos médicos, de todas as especialidades, a iniciar formação, o que representará sensivelmente o dobro dos que existem hoje.
Há 12 anos, haveria no sistema 874 internos, noticiou há uma semana a revista "Visão"; hoje, Mário Jorge, presidente da Federação Nacional dos Médicos (FNAM), acrescenta-lhe mais 200 (cerca de 1000 no total será o número actual). "É uma estimativa, que corresponderá ao aumento de númerus clausus nas universidades".
Questionado sobre a possibilidade de alargamento do internato médico de especialidade a outros hospitais privados, Pedro Nunes afirmou apenas que "essa hipótese resulta da degradação do SNS", actualmente subjugado "à lógica de mercado, virada apenas para a produtividade". Mas salvaguardou que "especialidades como a neurocirurgia ou a cirurgia cardiotorácica dificilmente conseguirão essa equivalência". O bastonário recusa também, a ideia - que já lhe foi sugerida -, "de os privados poderem passar a escolher os seus internos, através de critérios próprios".
Se Carlos Arroz, do Sindicato Independente dos Médicos, não encontra inconvenientes na realização do internato nos privados, "desde que esteja confirmada a sua idoneidade", já o presidente da FNAM reprova a oportunidade. "No SNS, existe enormíssima carência de médicos internos em todas as especialidades. Não existe sequer número suficiente para o fluxo normal de renovação", denuncia. Além disso, "a generalidade dos privados não dispõe de um quadro médico estável, nem de duração de horários que assegurem a qualidade formativa".
Pedro Nunes discorda e propôs inclusivamente ao Ministério da Saúde que os internistas dos privados possam ser remunerados através de uma bolsa concedida pela Administração Central. "O financiamento feito pelos privados cria desvantagens aos internistas, nomeadamente pela dificuldade de fazerem estágios no estrangeiro ou de trocarem de hospital".
O Ministério da Saúde não confirmou a aprovação da proposta. No entanto, Mário Jorge que essa bolsa seria "um escândalo, uma indignidade". E justifica: "Está provado que as unidades privadas não são mais eficazes do que o SNS e sobrevivem completamente à custa do dinheiro público".
in JN
quarta-feira, setembro 24, 2008
EAM
Estou no estágio de Medicina Interna.
Dia agitado. De manhã estive a passar visita (sozinho) aos doentes do internamento (6 doentes), que eu mal conheço (fui atribuído a um novo tutor na 2ª feira), pelo que demorei a manhã toda – o meu tutor foi para a urgência e por lá ficou. A entrada na urgência ficou adiada para depois de almoço.
Almocei rapidamente, e fui para o SU.
Tinha acabado de entrar um doente com dor torácica. Mas entretanto os especialistas tinham ido almoçar, pelo que fiquei eu e um interno de clínica geral primeiro ano. Fizemos a admissão ao doente, colhemos a história. Parecia uma dor compatível com angor, pelo que fizemos um ECG de imediato. Não tinha alterações características de isquemia. Ao exame físico o doente referia dor paraesternal, sem irradiação, constante, e dor à palpação abdominal. Tinha antecedentes de gastrite crónica – ficamos na dúvida. Demos um comprimido de DNI sublingual, que aliviou a dor… Iniciamos oxigenoterapia e fomos chamar os especialistas.
De repente, o doente fica lívido, começa a gemer de dor, sudorese intensa… é levado para a sala de reanimação, onde faz novo ECG – grandes supraST nas derivações V1-V5… faz imediatamente aspirina 300mg e inicia perfusão de morfina.
Telefonema para Braga, dar bólus de enoxaparina i.v., 300mg clopidogrel, e enviar para cateterismo (ainda tinha menos de 3h de evolução, door-to-needle).
Esta foi a história do enfarte que vi a acontecer…
O resto da urgência foi mais ou menos tranquilo, com alguns doentes em insuficiência/infecção respiratória.
terça-feira, agosto 05, 2008
Capítulos do Harrison para o exame - resposta a Anónimo
Eu sei que nesta altura começa-se a pensar no exame mais a sério, e a tentar planificar um estudo bem estruturado.
Da minha experiência, nem todos os capítulos são igualmente importantes. Em termos de avaliação da importância "relativa" de cada capítulo, sugiro que pegues nos livros que por aí há com perguntas dos exames dos últimos anos. Há capítulos que são sistematicamente perguntados, e outros que apenas tiveram uma ou duas perguntas em 15 anos - esses parecem-me desprezíveis. É também importante notar que, quase sempre há uma pergunta de um capítulo "inesperado"...
Com isto em mente, a informação oficial (relativa ao ano passado, uma vez que o aviso de 2008 ainda não saiu) é a seguinte:
6.9—A matéria do teste incidirá sobre o conhecimento das ciênciasmédicas, constando de 20 perguntas sobre cada um dos temas «Aparelhodigestivo», «Aparelho respiratório», «Cardiologia», «Doençasdo sangue» e «Nefrologia», devendo situar-se num nível de conhecimentoque sobre estas matérias deve possuir um médico não especialista.O livro de estudo aconselhado para a prova é o Harrison’sPrinciples of Internal Medicine, 16.a edição.
in Aviso n.o 19 842-A/2007, Aviso n.o 19 842-A/2007
Uma lista não oficial pode ser encontrada nos resumos do Gonçalo Oliveira Ramos.
• Gastrenterologia (Capítulos: 33 a 39; 77 a 79; 271-294; 329; 336)
• Nefrologia (Capítulos: 40 a 42; 259-270; 80)
• Cardiologia (Capítulos: 12; 20 [síncope]; 29 [edema pulmonar]; 32; 208 a 232; 109; 302; 253; 255-256)
• Pneumologia (Capítulos: 29 a 31; 233-248; 75; 149 e 150; 309; 250-252)
• Hematologia (Capítulos: 52-55; 90-103)
NOTA - estes capítulos referem-se à 16ª edição... convém convertê-los para a 17ª!
terça-feira, abril 15, 2008
Queria um paracetamol, faxavor
Os portugueses vão poder comprar medicamentos pelo telefone, fax ou correio electrónico. O Infarmed, órgão regulador do sector, autorizou hoje este tipo de transacções.
O Infarmed anunciou que as farmácias e estabelecimentos que vendam medicamentos não sujeitos a receita médica poderão, a partir de hoje, registar-se para aderir a esta nova forma de venda. Os utilizadores poderão ter de pagar uma taxa pela entrega dos medicamentos ao domicílio.
in Exame Informática
Nota: isto é válido para medicamentos não sujeitos a receita médica (MNSRM)
mais info na página do Infarmed
quarta-feira, março 26, 2008
Vidinha vai andando
Alternadamente, vou algumas manhãs/tardes para a Unidade Operativa de Saúde Pública de Barcelos, onde faço sobretudo renovação de cartas de condução, e volta e meia um trabalhinho de saúde pública (tipo introduzir dados no computador, eventualmente fazer uma vistoria a restaurantes, bares ou escolas...).
A consulta corre bem, a um ritmo pautado pelas interrupções dos doentes que aparecem a solicitar consultas, receitas, baixas, credenciais de fisioterapia, documentos de transporte, atestados de robustez física...
Não querendo descurar o lado necessitado do utente, parece-me que por vezes há alguns abusos. Não sei se pela bondade/disponibilidade da minha Tutora, ou porque simplesmente as pessoas são assim. Por vezes tenho a sensação que ser prestável dá azo a muitos abusos e por vezes até exigências... o que na Medicina Familiar é frequente, pois por vezes é difícil para o médico distanciar-se daquela pessoa que conhece à tanto tempo...
Tenho algum receio de me tornar num Médico frio, que tanto critiquei ao longo do curso. Mas por vezes é realmente difícil ser imparcial com pessoas quase descaradas...
sexta-feira, março 07, 2008
Idiossincrasias
Ontem, depois de 1 ano sem fazer qualquer tipo de actividade física (além de carregar o Harrison de um lado para o outro, e de o sublinhar, o que certamente desenvolveu os meus músculos do membro superior direito) decidi inscrever-me num ginásio.
Fui fazer a avaliação física, e como era de esperar, em quase todos os parâmetros avaliados pontuei "fraco", à excepção da prova de resistência, que consegui levar até ao fim. Para meu espanto, a avaliação em si acabou por se tornar numa hora de exercício, coisa que não estava a contar.
Ora, fui dormir cansado. E como estava cansado, dormi como uma pedra, pelo que não acordei com o despertador - felizmente a minha tutora desculpou o meu atraso de meia hora. O problema foi durante a consulta que não mandei uma para a caixa - não me lembrava dos nomes dos medicamentos, não me lembrava de coisas que os doentes me diziam, esquecia-me dos valores da pressão arterial que tinha acabado de medir. Enfim, foi uma manhã difícil - os doentes devem ter achado que eu estava senil... Isto mostrou-me como uma noite mal dormida (ou pelo menos, nº de horas insuficiente) podem ser perigosos... e se estivesse a ajudar numa cirurgia?? "Ai era a carótida! Ups, parecia-me uma lampreia"
De tarde fui um bocadinho mais competente e estive a fazer exames clínicos de aptidão para carta de condução.
Depois, fui aproveitar a feira de Barcelos, que recomendo vivamente :)
segunda-feira, março 03, 2008
Ufa!
A segunda feira à tarde no Centro de Saúde é sempre um dia puxado. Hoje foram cerca de 25 consultas (15 marcadas, e 10 que "apareceram"!). Saí por volta das 20h15 - apesar de estar em Medicina Geral, parece que vou fazendo as minhas urgências :)
terça-feira, fevereiro 19, 2008
CS Barcelinhos
Imediatamente empatizei com a Médica que me irá orientar durante esta semana. O CS tem óptimas condições porque é muito recente (tem cerca de 7 anos, penso eu).
Durante a manhã assisti a algumas consultas, e depois fui para outro gabinete dar consulta!
Primeiro fazia a minha avaliação do doente (usando o sistema SOAP, que prefiro) e depois, no final, apresentava os casos à Médica e discutiamo-los.
Gostei muito de dar as minhas consultas! Por vezes aprende-se muito a ver fazer, mas também se aprende muito fazendo... método que eu prefiro, porque muitas vezes quando estou a ver fazer disperso-me...
Da parte da tarde, fui à UOSP de Barcelos - Unidade de Saúde Operacional - onde funciona o centro de Saúde Pública. Apresentei-me à orientadora e tratamos de assuntos burocráticos como o horário. Sei que em muitos hospitais optam por fazer 2 meses de MGF e 1 mês de Saúde Pública, mas aqui o horário é intercalado - o que prefiro, porque assim nunca é monótono.
segunda-feira, fevereiro 18, 2008
MGF
Apresentei-me no Centro de Saúde de Barcelos, mas aconteceu algo inédito - o Hospital não comunicou para o CS que iriam receber mais dois IAC's, pelo que o Director ficou meio atarantado. Mostrou-nos (a mim e à colega que também inicia o mesmo estágio) o Centro, que é bastante grande - tem cerca de 20 médicos a trabalhar, e indicou-nos os nossos orientadores.
Como a minha orientadora não está disponível esta semana, pois está a prestar provas, fui orientado para o CS de Barcelinhos, onde há uma Médica que se disponibilizou a ficar comigo (uma vez que o CS Barcelos só tem capacidade formativa para 4 IAC's).
Assim sendo, hoje fui dispensado!
M.O. reloaded
Aqui vai mais uma razão (como se já não existissem suficientes...)
http://podiasereu.no.sapo.pt/
domingo, fevereiro 17, 2008
Fim de semana no Algarve
Foi um dia inteiro com apresentações de casos clínicos de Otorrino, Pediatria, Gastrenterologia, Cardiologia, Neurologia e Cirurgia Geral. Presidido pelo Dr. Novo de Matos, com sentido de humor notável, as apresentações foram interessantes, focando alguns temas mais simples e importantes para nós, que iremos lidar de perto com casos semelhantes nas urgências hospitalares.
Foi um dia cansativo mas interessante. Durante as apresentações havia televoto (como no Quem Quer Ser Milionário), em que escolhíamos opções a perguntas feitas pelos palestrantes. Valeu a pena, e aconselho (a quem esteja indeciso no próximo ano...)
À noite houve também um animado jantar comemorativo, oferecido pelo Laboratório.
O pior foi a viagem de camionete Porto-Algarve de ida na 6ª feira e volta no Domingo.
sexta-feira, fevereiro 15, 2008
Despedida de Obstetrícia
No entanto, por hoje ser o dia de partida para o 3º encontro de Internos de Medicina Geral, a minha tutora dispensou-me de funções.
Foi um mês bem passado, com o humor da minha tutora a animar os dias. Também deu para consolidar alguns conhecimentos já aprendidos durante o curso...
quinta-feira, fevereiro 14, 2008
Urgência + Formação
Hoje o tema foi sessão interactiva de telerradiografia do Tórax, ministrado pelo especialista em Pneumologia do Hospital, Dr. Francisco Barros. Foi uma sessão animada, interessante, simples e eficaz.
De tarde, a urgência também foi animada: assisti a um parto eutócico e ajudei numa curetagem uterina após abortamento espontâneo, no bloco operatório.
O parto é sempre um momento emocionante, apesar de ser visualmente agressivo. Mas ver uma Mãe olhar para o filho pela primeira vez é uma imagem que não tem preço... e também é engraçado ver o Pai quase a cair para o lado :D
quarta-feira, fevereiro 13, 2008
4ª feira
Correu sem nada de especial a assinalar - também há dias assim...
Grávidas e aspirantes
Na consulta de termo, faz-se o acompanhamento das últimas semanas da gravidez, em que o parto se torna eminente. A rotina inclui avaliação das análises/exames feitos durante a gravidez e solicitação de exames não realizados, bem como avaliação de correctas condições para o parto. Faz-se por exemplo, a pesquisa de Streptococcus agalacteae no canal de parto - uma das principais causas de pneumonia pós-nata. É feito também toque vaginal para verificar o estado do colo uterino/apresentação, cardiotocografia para verificar existência de contracções uterinas/sua relação com os batimentos cardíacos fetais e verifica-se o volume de líquido amniótico.
Já na consulta de infertilidade, inicia-se/acompanha-se estudo de casais inférteis - tratando o possível, encaminhando o que está fora do alcance dos meios locais.
Assim foi uma manhã tranquila e uma tarde animada.
terça-feira, fevereiro 12, 2008
Começa bem a semana
Assim, nesta 2ª feira, demos 30 consultas de manhã (das 9h-14h), e isto porque faltaram 4 doentes. Portanto muito trabalhinho. A maioria são consultas de referência do CS, em que houve alterações nos resultados de rastreios - cancro do colo do útero, cancro da mama; por necessidade de alteração de método anticoncepcional; consultas de revisão, etc.
De tarde é mais tranquilo. Como a minha orientadora não tem horário de tarde, ocupo-me a estudar ou com outras actividades. Na semana passada, por exemplo, assisti à consulta de Psicologia com a psicóloga do hospital, que foi muito interessante - casos de obesidade infantil e dificuldade de aprendizagem.
segunda-feira, fevereiro 11, 2008
Resposta a Leticia (2)
Procurei o Raul (desculpa a demora!), e pelo que me disseram era IAC 2007, pelo que infelizmente já não está no Hospital Sta Maria Maior. Segundo consta, parece que entrou para Medicina Geral e Familiar, no CS Ponte de Lima..
Espero que ajude...
Correcções
Acho que o número fala por si.
Isto veio confirmar o que já andava a sentir à muito tempo: este método de seriação não está bem. Está podre. Tem-se mostrado falível de mais para ser um método justo. Claro que qualquer método que pretenda seriar cerca de 1000 pessoas terá sempre viéses e variáveis que o tornarão mais ou menos injusto, mas parece-me que o exame, nos moldes em que é realizado actualmente, deixou de ser um método fiável (às incorrecções acrescem as injustiças locais de realização, já aqui discutidas em posts anteriores).
Acho que está na altura de a ACSS repensar o sistema. Não tenho a solução ideal, mas acima de tudo acho que o mais importante é repensar o sistema actual.
Relativamente ao meu exame, passei a ter certas mais 10 perguntas - algumas tinha reclamado, outras não. Pelas minhas contas, ficarei com uma nota final de 78 em 100 (isto se não me tiver enganado a preencher a folha de respostas...). Fiquei muito contente, porque se aproximou mais das minhas expectativas, do esforço que dispendi para este exame. Mas não sei bem o que isto significa - só quando tivermos o resultado da seriação poderei dizer se realmente foi bom ou não...
De qualquer forma, é um número que me faz mais feliz...
Agora importa continuar o Ano Comum, tentar tirar o máximo partido deste ano, e começar a elaborar um plano para o resto da vida. A escolha da especialidade parece longe, mas um ano passa a correr...
quinta-feira, fevereiro 07, 2008
Doente
Começou com mialgias e artralgias, e propagou-se para cefaleias e prostração - não gosto nada de ver estes sintomas em mim. Isto de estar doente não é nada fácil.
Numa tentativa de encurtar o período de doença, comecei a tomar um ciclo de oseltamivir, vulgo Tamiflu. Vamos ver se a recuperação é mais rápida, porque apesar de ter baseado o diagnóstico nos sintomas/dados epidemiológicos (anda para aí muita gripe!), não fiz diagnóstico definitivo (que se faz isolando o vírus, ou com um teste rápido - neste link tem as recomendações da OMS para uso desses testes, que não sei se estão disponíveis em Portugal)
No próximo ano não deixarei de tomar a vacina anti-gripe...
Mais info sobre gripe aqui e aqui.
sexta-feira, fevereiro 01, 2008
Acerca do rastreio do cancro do colo do útero/infecção por HPV
Preciso da vossa ajuda.
Assinem a petição www.cervicalcancerpetition.eu para que o cancro do colo do útero venha a ser discutido no parlamento europeu, de modo a que os rastreios sejam uma realidade em todos os países, nomeadamente em Portugal, onde só existe na região centro. "
Há uns dias atrás, recebi este email que me fez pensar um pouco acerca do problema do cancro
do colo do útero, que tanto mata na Europa (15 mil mulheres/ano).
Antes de mais, esse email veicula uma informação errada: dá a entender que em Portugal não
existe programa de rastreio desse cancro, o que não é verdade. Em Portugal o rastreio é oferecido a todas as mulheres, através do centro de saúde/encaminhamento para consulta de ginecologia/obstetrícia. O que acontece é que, por falta de meios físicos ou recursos humanos por vezes nem sempre é executado o rastreio. Na minha opinião, compete também às utentes solicitar junto do médico de família, a inclusão no referido programa (caso o médico não o faça espontaneamente). De acordo com esta notícia, os médicos de família vão assegurar a realização do rastreio ao cancro do colo do útero nos centros de saúde, conforme advogado no Plano Nacional de Saúde, o que poderá resolver o problema da falta de meios.
Na minha experiência pessoal, tenho verificado que na consulta de Ginecologia/Obstetrícia do Hospital de Santa Maria Maior é oferecido e incentivada a colpocitologia (vulgo "papanicolau"), exame que efectuado com esse intuito. De facto, eu mesmo tenho efectuado muitas colheitas - uma das poucas coisas que tenho autonomia para fazer sozinho.
De acordo com estas notícias(1, 2) , de facto a região do país que tem obtido melhores resultados em termos de rastreio é a região do centro.
A petição que esteve online até recentemente foi entregue no Parlamento Europeu no dia 22 de Janeiro, com 31.505 assinaturas de cidadãos portugueses, o que me parece muito positivo. No mesmo dia foi publicada também esta notícia, segundo a qual a UE publicará as recomendações relativas ao rastreio do cancro do colo do útero e vacinação contra o HPV no início deste mês.
Ainda como curiosidade, uma empresa portuguesa criou um kit para auto-colheita de células para rastreio. Mais informações aqui.
Relativamente à vacina contra o HPV, sabe-se que o maior beneficio é obtido em raparigas jovens (9-13 anos), que ainda não iniciaram actividade sexual - daí a sua inclusão no PNV. No entanto, tem benefícios comprovados quando administrada até aos 26 anos de idade, mesmo tendo já havido contacto com o vírus. Como não cobre todas as estirpes conhecidas, o rastreio deve continuar a ser efectuado anualmente.
Mais informações aqui e aqui.
terça-feira, janeiro 29, 2008
segunda-feira, janeiro 28, 2008
Resposta a Leticia
Se puder ajudo =)