segunda-feira, outubro 06, 2008

Escolhas no fim de Novembro

Para quem ainda não sabe, no site da ACSS, pode ler-se:

IM 2008 A [ Novo ]

- Formação Específica [ Novo ]

Informam-se os médicos internos que se encontram a frequentar o Ano Comum que a escolha da área profissional de e estabelecimento de formação, ocorrerá no período de 24 de Novembro até 3 de Dezembro de 2008.

sábado, outubro 04, 2008

Médicos internos duplicam em 2009

2008-10-04

HELENA TEIXEIRA DA SILVA

O Ministério da Saúde não vai usar a possibilidade de colocar, este ano, médicos nos privados e anunciou uma duplicação de internistas em 2009 no sistema de saúde. O assunto cria ruptura entre os sindicatos e a Ordem.

O Cuf Descobertas, em Lisboa, propriedade do grupo José de Mello Saúde SA, depois de auditado, tornou-se no primeiro hospital privado português a receber carta verde da Ordem dos Médicos para formar especialistas em pediatria e otorrinolaringologia. "Foi-lhe reconhecida idoneidade formativa com base nos mesmos rigorosos critérios pelos quais é pautada a formação médica nos hospitais públicos", afirmou, ao JN, Pedro Nunes, da Ordem dos Médicos. Houve ratificação dessa competência porque, esclarece o bastonário, "aquele hospital tem o número mínimo de médicos exigido e suficiente diversidade de cirurgias, o que é uma garantia para a qualidade da formação". Além disso, "possui um conjunto de patologias diversas e número suficiente de doentes".

Apesar de aberta a possibilidade, o Ministério da Saúde não a irá utilizar - pelo menos, este ano. "A tutela decidiu não usar as vagas disponíveis no privado, porque há capacidade no Serviço Nacional de Saúde (SNS) para realizar essa formação", esclareceu fonte do gabinete da ministra da Saúde. Sempre que houver carência ou vagas no SNS para formação de determinadas especialidades, os lugares nos privados não serão utilizados pelos internistas.

Ana Jorge, que já afirmou publicamente a necessidade de aumentar o número de internos em Medicina Geral e Familiar [ver caixa], viu apenas 266 internistas ingressarem no sistema este ano. Em compensação, anunciou a sua assessora ao JN, em 2009 haverá 1210 novos médicos, de todas as especialidades, a iniciar formação, o que representará sensivelmente o dobro dos que existem hoje.

Há 12 anos, haveria no sistema 874 internos, noticiou há uma semana a revista "Visão"; hoje, Mário Jorge, presidente da Federação Nacional dos Médicos (FNAM), acrescenta-lhe mais 200 (cerca de 1000 no total será o número actual). "É uma estimativa, que corresponderá ao aumento de númerus clausus nas universidades".

Questionado sobre a possibilidade de alargamento do internato médico de especialidade a outros hospitais privados, Pedro Nunes afirmou apenas que "essa hipótese resulta da degradação do SNS", actualmente subjugado "à lógica de mercado, virada apenas para a produtividade". Mas salvaguardou que "especialidades como a neurocirurgia ou a cirurgia cardiotorácica dificilmente conseguirão essa equivalência". O bastonário recusa também, a ideia - que já lhe foi sugerida -, "de os privados poderem passar a escolher os seus internos, através de critérios próprios".

Se Carlos Arroz, do Sindicato Independente dos Médicos, não encontra inconvenientes na realização do internato nos privados, "desde que esteja confirmada a sua idoneidade", já o presidente da FNAM reprova a oportunidade. "No SNS, existe enormíssima carência de médicos internos em todas as especialidades. Não existe sequer número suficiente para o fluxo normal de renovação", denuncia. Além disso, "a generalidade dos privados não dispõe de um quadro médico estável, nem de duração de horários que assegurem a qualidade formativa".

Pedro Nunes discorda e propôs inclusivamente ao Ministério da Saúde que os internistas dos privados possam ser remunerados através de uma bolsa concedida pela Administração Central. "O financiamento feito pelos privados cria desvantagens aos internistas, nomeadamente pela dificuldade de fazerem estágios no estrangeiro ou de trocarem de hospital".

O Ministério da Saúde não confirmou a aprovação da proposta. No entanto, Mário Jorge que essa bolsa seria "um escândalo, uma indignidade". E justifica: "Está provado que as unidades privadas não são mais eficazes do que o SNS e sobrevivem completamente à custa do dinheiro público".


in JN

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